O Tocantins é uma terra de riquezas naturais e culturais, onde o buriti se destaca como um ícone versátil, presente tanto na culinária quanto na música regional. Esta palmeira majestosa não só oferece seus frutos nutritivos para pratos tradicionais, mas também é utilizada na confecção de instrumentos musicais únicos, como a viola de buriti. Um projeto inovador, o Café com Viola, do Pote de Ouro Arts, uniu riqueza ofertada pelo buriti em uma única programação.
Realizado no sábado, 13, o evento contou com a oficina culinária “Buriti Vivo” com a gastrônoma Enes D’Aarc, workshop de construção da viola de buriti com o músico e artesão Wanderley, café com roda de conversa com os tocadores e mestres da viola de buriti e apresentação musical com tocadores e mestres da viola de buriti. A responsável pelo projeto, a produtora do Café com Viola, Daniella Aires, aponta que o evento teve o objetivo de preservar e difundir as raízes da cultura local. “O Café com Viola proporcionou aos espectadores uma experiência única, imersa na cultura e na sonoridade característica da viola de buriti. Tivemos encontros históricos como o de violeiros que nos trouxeram uma experiência que, certamente, vai ficar marcada na memória da nossa comunidade”, apontou a produtora.
A empresária Edvângela da Silva considerou o evento de extrema importância para perpetuar as raízes da cultura tocantinense. “É um projeto que conecta pessoas e raízes, pois nos aprofunda em conhecimentos que pouco se encontram nos livros, mas resgata a sabedoria popular e da nossa ancestralidade, através da interação e construção de saberes”, declarou. A educadora musical Maria Helena Les, se considerou encantada pela oportunidade de interação entre os violeiros e o público, proporcionando uma atmosfera intimista e acolhedora. “Foi incrível ter essa oportunidade de ter os nossos mestres da cultura popular tão pertinho, compartilhando tanta ancestralidade e experiência com as novas gerações”, ressaltou a artista.
Um desses mestres que esteve presente no Café com Viola foi o senhor Miúdo Rabequeiro, de Ponte Alta do Tocantins. Ele é um dos mais antigos mestres da rabeca de buriti no Tocantins e esteve no evento, especialmente, para o projeto. “A minha vontade é de deixar esse legado para as nossas gerações, para que todo mundo possa valorizar a tradição do buriti”, alegou.
Além dele, o projeto reuniu os mestres Arnon Tavares, Missim da viola de buriti e seu filho Emerson, Narciso Tranqueira, Espedito Ribeiro, conhecido como Canhotinho, O filho de seu Miúdo – Manoel, Renan Medeiros, José Cupertino,
Diego Brito e o Projeto Vereda.
Essa troca de experiência entre gerações foi marcada, inclusive, com a presença dos mais antigos mestres da cultura popular e nova geração, como a presença dos alunos do projeto Veredas, que conta com a participação de crianças moradoras de Taquaruçu e trabalha o Buriti como instrumento principal, sob a direção do músico Diego Britto.
Para o músico e artesão Wanderley Batista, o sucesso do Café com Viola reflete não apenas a habilidade dos violeiros participantes, mas também o apoio e o interesse crescente do público pela música regional. “Precisamos difundir cada vez mais a nossa cultura, de forma a dar visibilidade a essa riqueza cultural que é o Buriti”, concluiu.
Projeto
Esta é a quarta edição do Café com Viola. A realização é do Pote de Ouro Artes com patrocínio da Lei Paulo Gustavo (LPG), via Ministério da Cultura (MinC) e Fundação Cultural de Palmas (FCP).
Pote de Ouro
Fundada em 2019, o Pote de Ouro Arts desenvolve diversas atividades, como oficinas de construção de violinha de buriti, workshops, encontro de tocadores da viola de buriti e apresentações para turistas.
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